Artigo – Utilização da internet requer cuidados pra lá de especiais

A internet nos conecta, mas é preciso agirmos com segurança para não sermos vítimas de crimes cibernéticos

Artigo de autoria de Laís Guerra, advogada da Previdência Usiminas

Laís Guerra é advogada da Previdência Usiminas

Na última edição da revista da Previdência Usiminas & Você, a matéria de capa tratou sobre o aumento do uso da internet pelas pessoas com mais de 60 anos. De fato, o uso desta tecnologia traz consigo diversos aspectos positivos para o público 60+, tais como: aumento da sociabilidade, manutenção ou aumento da capacidade cognitiva, desenvolvimento de novas habilidades, possibilidade de permanência ou reinserção no mercado de trabalho, entre outros.

Entretanto, é importante ressaltar os cuidados que devem ser adotados ao utilizar a internet. Afinal, os crimes cibernéticos também têm aumentado.

No Brasil, temos três tipos de leis que dispõem sobre os crimes virtuais: Lei Carolina Dieckmann, Marco Civil da Internet e LGPD. Há também uma delegacia exclusiva para investigação de crimes desta natureza e ainda uma organização não governamental que tem como missão defender os direitos humanos na internet.

Independentemente da idade, todas as pessoas estão sujeitas a serem vítimas deste tipo de crime. No entanto, os criminosos podem entender que as pessoas com mais de 60 anos são mais vulneráveis em razão da possível dificuldade em lidar com as tecnologias.

Existem diversas cartilhas e dicas que possuem informações valiosas sobre os comportamentos tanto a serem evitados quanto para serem adotados para não se tonar vítima de algum crime cibernético. Mas o principal deles é o conhecimento.

Aprender sobre a dinâmica da internet, sobre como a comunicação ficou mais fácil, rompendo a barreira do tempo e espaço, é o ponto principal que vai fazer com que as dicas e cartilhas façam mais sentido e sejam lembradas na hora necessária.

As competências de aprendizado digitais podem ser divididas em três fases: a alfabetização digital, o letramento digital e a fluência digital. E, para cada fase, há competências específicas a serem desenvolvidas.

Afinal, já dizia Paulo Freire: “Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito.”

Na alfabetização digital a pessoa tem habilidade para usar o computador de mesa (desktop) e dispositivos móveis, bem como os recursos de comunicação em rede, busca e tratamento da informação.

Já no letramento digital, a pessoa possui as competências para utilizar ferramentas de interação e colaboração em rede, avaliar e compartilhar informações, e ainda possui a capacidade de organizar, planejar e administrar o seu perfil digital.

Por fim, na fluência digital, o indivíduo possui habilidades para produzir conteúdo, proteger os seus dados, conviver e trabalhar em equipe na rede.

Todas as habilidades acima associadas com o senso de autoproteção devem ser balizadores durante o uso da internet. É importante evitar a exposição excessiva de informações nas redes sociais, pois pode ser a oportunidade para os criminosos fazerem uma avaliação da vida virtual para planejar um crime.

Postar fotos do lugar onde está, no momento em que está, seja em uma viagem ou não, fotos de crianças com o uniforme da escola, fotos que possibilitem a identificação do lugar de trabalho, podem ser informações importantes para criminosos. Portanto, evite postá-las.

Se você possui mais de 60 anos e tem interesse em aprender ou melhorar o seu conhecimento sobre o universo digital, seja cauteloso e não tenha medo! Saiba que existem diversos projetos que apoiam a inclusão digital para idosos. Abaixo estão alguns exemplos:  

Projetos em Belo Horizonte, clique aqui!

Projetos em São Paulo, clique aqui!

Procure mais informações sobre iniciativas como estas na sua cidade.

Confira também algumas dicas importantes que devem ser observadas quando o assunto é internet:

– sempre leia com atenção as mensagens mostradas pelo navegador, pois elas podem ajudar a identificar um programa malicioso ou um site falso;

– use o bloqueio de pop-up em seu navegador;

– quando digitar um endereço eletrônico, confirme se o que está na tela é exatamente o que procurava;

– quando fizer transações financeiras, confira se aparece o desenho de um cadeado fechado no rodapé da página e se o endereço começa com “https”, em vez de “http”;

– quando usar um computador que não é seu, lembre-se de não deixar suas senhas gravadas;

– não aceite e nem abra e-mails de desconhecidos. Simplesmente apague sem ler;

– procure saber a origem da informação e se o responsável é de confiança ou conhecido;

– não abra arquivos cujo nome possui “.exe” ao final;

– jamais acredite em pedidos de pagamento, correção de senhas ou solicitação de qualquer dado pessoal por e-mail. Comunique-se por telefone com a instituição que supostamente enviou o e-mail e confira o assunto;

– ajuste as configurações de privacidade do seu perfil nas redes sociais. Isso aumenta o seu controle sobre o uso das informações;

– troque de senha com frequência e evite utilizar informações óbvias ao criá-las, como datas de aniversário ou números de telefone. Além disso, não compartilhe suas senhas;

– mantenha o antivírus sempre atualizado;

– ative a “Confirmação em duas etapas” no WhatsApp, Instagram e demais redes sociais;

– evite usar computadores públicos e redes abertas de Wi-Fi para acessar conta bancária ou fazer compras on-line;

– evite comprar de lojas ou vendedores desconhecidos.

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