O aposentado Braz Augusto de Oliveira morou boa parte da vida próximo à Usina da Usiminas, em Ipatinga. No trajeto que fazia a pé para o trabalho, ia pensando nos acontecimentos do dia a dia e refletia sobre filosofias de vida. Ao vislumbrar a aposentadoria, no ano de 2010, o que eram apenas pensamentos, passaram a ser transformados em poemas e contos.
Desde então, Braz escreveu uma série de textos que carregam reflexões do cotidiano. “Eu ia para o trabalho pensando em muitas coisas de filosofia de vida, mas não escrevia. Mas tudo aquilo ficou embutido na alma. Em junho de 2010, passei a escrever e realmente sinto que tenho um dom para isso”, conta o aposentado da Previdência Usiminas que trabalhou como engenheiro de manutenção elétrica nas linhas de laminação a quente na Usina da Usiminas.
Entre as reflexões que ganharam formas literárias estão os poemas “Trem do Tempo” e “Coitado”, escritos no fim de 2023 e início deste ano, respectivamente. Confira os poemas abaixo de autoria de Braz Augusto de Oliveira!
“TREM DO TEMPO”
O trem do tempo está por pouco para chegar.
Vai partir de novo.
Vou descer só para esticar as pernas.
E, certamente, comprar a passagem pro novo ano.
Embarcar no carro da fé.
Encontrar respostas para os meus questionamentos.
Fazer acontecer meus sonhos.
Este trem leva quem quiser.
Não escolhe credos, raças, ricos, pobres…
Vive rodando ao redor da luz.
Leva um ano inteiro, sem parar.
Repete, repete, repete…
Este trem se confunde com as nossas vidas.
Ele só deseja que a gente não desista.
Que a gente aprenda.
Pra isso nos leva e nos traz.
Repete, repete, repete…
Amanhã, eu vou.
Venham!
Vamos de novo!
“COITADO!”
Coitado do primeiro dia.
Dura tão pouco.
Morre de cara.
Logo no começo.
O segundo,
Também não escapa.
Vive morrendo de medo.
Pois, ele sabe que o próximo da fila,
É ele!
Feliz,
É o 31 de dezembro.
Dura o ano inteiro!
Como dizia a minha mãe:
Pra uns, a vaca seca.
Pra outros,
Até o boi dá leite.
Data: 9/01/2024